MITO 5:
“Mulheres negras sempre defendem bandidos
As candidaturas de mulheres negras são radicais defensoras de direitos humanos. Dizer isso significa dizer que estamos na força contrária à ações que deterioram o status de humanidade de qualquer pessoa e seus direitos. Durante seu mandato, Marielle Franco esteve à frente da comissão de direitos humanos da Câmara Legislativa do Rio de Janeiro e deu assistência a diversos familiares de policiais mortos em serviço, compondo um quadro representativo desta posição. Se este tipo de informação não chega ao cidadão, o problema não está no ativismo, mas sim nas mídias que escolhem através de seus editoriais em quais cenários e situações os defensores dos direitos humanos aparecerão.
Além disso, associar a imagem de pessoas negras à marginalidade não é uma novidade neste país e é necessário identificar quando as pegadinhas do racismo estão operando de tal forma que obscurece a racionalidade. Ser uma candidata e oriunda de territórios de favela, por exemplo, não é um atestado de marginalidade, apenas de origem popular. Ou iremos descer até o ponto de associar todo e qualquer morador desses territórios à bandidos? Para nós, origem social e pobreza não depõem contra o caráter e trabalho de ninguém até que se prove o contrário.